14 fevereiro 2013

Os meus objectivos e a minha vida


Quando comecei a ler artigos e livros sobre organização e gestão do tempo todos os autores defendiam que deveríamos estipular de forma clara quais os nossos objectivos e estes deveriam estar presentes e visíveis, como motivação, para que todos os dias fizéssemos alguma coisa de forma a atingir esses objectivos. Existe um autor minimalista que defende que os objectivos podem levar a frustrações, já que dificilmente atingimos todos os nossos objectivos, bem como não nos deixa viver o presente, já que achamos sempre que quando atingirmos determinado objectivo a nossa vida vai parecer melhor (e normalmente acaba por não ser) e que por isso ele tenta viver sem objectivos. Sobre esse assunto falarei mais tarde. Hoje quero falar como comecei a organizar-me, baseando-me e concentrando-me nos meus objectivos. 

Baseado em vários autores criei o meu próprio sistema de objectivos. Aqui está como, na altura o formulei de forma simples: 

"Este é o mês [Novembro] em que oficialmente iniciei as minhas rotinas, tentei implementar hábitos, comecei a definir objectivos (semanais, mensais, anuais e mesmo para a vida) com o intuito de melhorar a minha qualidade de vida e aumentar a minha produtividade em diversas áreas.

Sempre tive algum interesse no assunto da organização e gestão de tempo, mas entretanto comecei a ler muitos blogues sobre o assunto, já li alguns e-books e espero de forma sustentada e, mais importante de tudo, ao meu ritmo, conseguir implementar na minha vida quotidiana as dicas que acho relevantes e que melhor se adaptam ao meu estilo de vida.

Sinto, mesmo passado tão pouco tempo, que a organização me tem ajudado a definir ideias e projectos e isso deixa-me bem mais feliz. 

Assim, hoje proponho a mim própria definir os objectivos: 
- De vida;
- A longo-prazo (mais de 3 anos)
- A médio-prazo (entre 1 e 3 anos)
- A curto-prazo (próximos meses)"


Nota do Evernote sobre os meus objectivos


A partir do momento em que comecei a definir de forma concreta os meus objectivos, comecei a ver o caminho que quero levar e comecei a visualizar melhor que acções me podem ajudar a chegar lá. Inicialmente, apesar de estabelecer objectivos mensuráveis e realistas ficava frustrada e ansiosa se não conseguia cumprir o meu plano. Ao aperceber-me disso tentei mudar esse aspecto. A forma como agora vejo os objectivos é que estes são um guia importante na tomada de decisões, no meu dia-a-dia e que afectam a minha vida (até agora de forma bastante positiva), mas são apenas isso. Os objectivos não me controlam e sendo corriqueira e usando um cliché: devemos aproveitar a viagem. O meu quotidiano tem que ser aprazível, faço coisas de que gosto e tento não concentrar-me demasiado no futuro e onde quero chegar, desleixando o presente. Por exemplo, quero viajar mais, por isso sei que tenho que poupar dinheiro para isso, mas não vou deixar de ir ao teatro (algo que quero muito fazer hoje) por isso. Vou tentar poupar dinheiro noutras coisas que me dão menos prazer, como por exemplo comer fora ou comprar roupa. 

Ter tomado consciência do que é realmente importante para mim tem mudado a minha vida, drasticamente e de forma muito simples. 
- Comecei a fazer um curso de francês;
- Faço desporto quase todos os dias;
- Alimento-me melhor;
- Em 3 meses já poupei €440 (que para nós que não temos salário é muito, acreditem);
- Acordo cedo;
- Livrei-me de alguma tralha;
- Tenho mais tempo livre que dedico a coisas que realmente são importantes;
- Vamos finalmente mudar de casa;
- Aprendi a dizer não;
- Deixei de sentir remorsos por não gostar de estar com algumas pessoas e já não perco tempo com elas;
- Comecei a ser mais paciente com os outros.


Ainda há imensas coisas que quero mudar, por exemplo quero ser menos preguiçosa e sair mais de casa para fotografar, passear e relaxar. Mas também tenho muita paciência comigo e tento mudar as coisas devagar. Crio hábitos de forma a que não sejam temporários (assunto para outro post) e aproveito melhor os meus dias. Na verdade, neste momento, tenho menos que nunca (menos dinheiro, menos roupa, menos objectos), mas tenho mais do que algum dia tive (sei o que quero, tenho o que realmente me faz feliz e sei para onde quero caminhar, sem vergonha disso). Gosto da minha vida mais que nunca e a minha própria vida inspira-me a ser melhor e levar as coisas com mais calma. 

A forma como faço a gestão dos objectivos e os transformo em tarefas concretas será assunto para outro dia.

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