Cá em casa andamos, finalmente, numa fase um bocadinho mais desafogada em termos financeiros. Decidimos, por isso, comprar itens da nossa lista de 30 dias - que na verdade já estão lá há vários meses. Coisas que precisamos mesmo, como roupa, outras que nos vão ajudar a nível profissional, como a nova máquina fotográfica e outras que não precisamos tanto, mas que já há algum tempo namorávamos (uma máquina de café que estava em promoção e o tablet, que comprámos com 20% de desconto). Comprámos tudo isto em muito pouco tempo e agora o meu telemóvel decide que quer ser substituído, porque sim. Decidiu ser estúpido.
E a verdade é que todas estas compras em tão pouco tempo agoniam-me. Durante os últimos anos temos vivido com o dinheiro contado e por isso não compramos nada sem ser muito bem pensado. Não compro roupa todas as estações, não compro muitas coisas só porque sim. E vivo muito bem com isso. Claro que gosto de ter coisas bonitas e novas, mas não é isso que me faz feliz todos os dias, não é isso que me motiva a sair da cama. E agora sinto-me mal (acreditem quando digo agoniada) por termos comprado tantas coisas de repente. Não quero que nos tornemos em pessoas consumistas, como se vê em todo o lado.
Leio blogues pessoais de tanta gente e há alguns que se queixam da falta de dinheiro e depois compram roupa (e exibem-na) mais do que uma vez por mês. Não entendo, juro que não... Não sou moralista, mas sei o que é viver com pouco dinheiro e não poder fazer coisas que gostamos. Mas não se queixem que não podem viajar quando compram roupa mensalmente. Eu não compro calças há mais de 1 ano e não conto comprar até à próxima estação, porque tenho coisas que quero mais fazer/ter. Portanto, é uma questão de prioridades. Quem não tem dinheiro (e sei que há muita gente a contá-lo para comer) não compra coisas supérfluas.
Isto tudo para dizer que realmente as coisas não trazem felicidade nem nada que se pareça, no meu caso pelo menos.
* Texto de desabafo sobre o meu próprio consumismo